Para mim, alcachofra lembra a Itália. Na realidade, essa flor é cultivada não apenas na península em forma de bota, como também nos demais países mediterrâneos. Porém, como disse acima, quando penso em alcachofras, lembro logo da Itália. Essa minha lembrança se deve pelo motivo de eu ter conhecido essa iguaria frequentando a casa da minha sogra, Silvana. Única filha nascida no Brasil, a culinária italiana ainda mantem uma certa tradição nos seus almoços de família. E foi justamente lá, juntos com os "spaghetti" feitos em casa, e as "pizze" fresquinhas que apreciei pela primeira vez uma alcachofra. Não me lembro exatamente a data, mas me lembro exatamente do momento de alegria... Nessa peça, cujo título pode parecer estranho em um primeiro momento, procuro fazer portanto uma homenagem à música italiana. Mas, qual música italiana? A Itália, como já seria de se esperar de um país com inúmeras tradições, apresenta também um repertório musical muito extenso. A "música italiana" que escolhi é a de concerto do século XX, especialmente em duas peças de dois grandes (na minha opinião, é lógico) compositores italianos: "Le réveil profond", segundo movimento da peça "Nuits" para contrabaixo solo de Giacinto SCELSI; e a "Sequenza III", para voz solo de Luciano BERIO. "... com gosto de alcachofra ..." é também, de certa maneira, um encontro inusitado entre essas duas peças. A inspiração veio de uma imagem talvez um pouco anedótica de dois instrumentistas, cada um estudando a sua peça solo, que estão em salas próximas e a sonoridade resultante que se obtem quando se está do lado de fora é, justamente, a junção de ambas as peças. Foi assim que, na minha imaginação, surgiu a peça.
Link: http://www.mediafire.com/?ymlxizlyjqo
Boa diversão,
Tadeu
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